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  • Carlos Miguel Pacheco

BATALHAS FILOSÓFICAS


Costumo dizer aos meus amigos e conhecidos que a vida em sociedade não é mais do que uma batalha filosófica. Se pensarmos profundamente, cada um de nós vive segundo a sua "filosofia de vida", a qual é intrinsecamente diferente da dos outros, não forçosamente melhor ou pior. Como resultado final, sim, poderá ser melhor ou pior, mas não obrigatoriamente um destes elementos.

Tudo na vida está ligado e interdependente porque tudo é uma sucessão de reacções provenientes de filosofias diferentes. Por exemplo: a obsessão conduz ao fanatismo e este último ao idealismo e sectarismo. Estes dois levam à discriminação e perseguição, finalmente, à morte e destruição.

A lógica está presente nesta cadeia de interdependência, manifestando por si a sua existência num contexto de pura ilógica. Isto significa que a lógica e ilógica são igualmente interdependentes ao ponto de se completarem. Na realidade, se um elemento não existisse, o outro não tinha nenhum fundamento.

Finalmente, todas estas relações e interdependências entre o lógico e o ilógico, positivo e negativo, bom e mau, feio e bonito, completam a diversidade do mundo filosófico pessoal e ao mesmo tempo colectivo que caracterizam e condicionam as nossas relações como seres humanos.

No entanto, os seres humanos são caracterizados por essa filosofia e não pela lógica ou pela consciência de que a ilógica e o negativo poderiam ser evitados através da sua evolução intelectual e moral. Tudo isto origina o confronto das diversas filosofias pessoais e colectivas que se manifestam através de guerras económicas, bélicas, políticas e religiosas sem nenhuma justificação aparente, excepto a "filosofia" que justifica a sua presença.

O tempo ele próprio é interdependente. O Passado, a que chamamos "História", está ligado ao Presente e por sua vez, este último condiciona o Futuro. No entanto, os factos demonstram que os ensinamentos do Passado não são forçosamente transportados para o Presente, o que pode modificar radicalmente o Futuro em termos de evolução humana. De facto, o confronto entre as diversas gerações não passa de um "litígio filosófico".

Na sua origem, as filosofias provêm de ideias, as quais podem convergir ou divergir conforme a perspectiva adoptada na análise dos elementos. O perigo desta análise constante, é que a Humanidade seja conduzida a um "mundo de incertezas" que não só alterará as filosofias colectivas no sentido negativo, impedindo o seu desenvolvimento intelectual, mas que poderá inclusivamente conduzir a um estado de loucura e alienação que será controlado por uma minoria cada vez mais reduzida e que controlará os meios tecnológicos para impor a sua "filosofia".

Lembro-me de uma citação bastante antiga de um grande intelectual português que dizia: "De são e de louco temos todos um pouco". Penso que todos estamos conscientes desse facto. O que é extremamente necessário é que não exageremos.


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